Guayasamín (1919-1999) foi um pintor equatoriano expressionista, nascido em Quito, de ascendência indígena e com un pasado duro e pobre. Era o mais velho dos dez irmãos e o seu pai pensava que ele iria ser médico ou advogado. Naquela altura não era fácil ser pintor, e os apoios eram poucos. A sua mãe foi a única que o apoiou no seu desejo.
Hoje visitamos o seu espaço incrível e cheio de espiritualidade, que está dividido entre um museu e a casa onde vivia, também ela um museu com vistas para a cidade de Quito.
Capela do Homem: Um lugar para o homem e não para Deus.
Guayasamín não acreditava em Deus. Era ateu. Ele achava que o homem já tinha criado muitos espaços religiosos, como igrejas, mesquitas (etc) para deuses e santos. Então, ele achava que fazia falta um espaço espiritual dedicado ao homem. Então quis criar o seu museu, ao qual chamou: “La Capilla del Hombre”. ou em português, “A Capela do Homem”. É o edifício principal, um espaço grande e diáfano que foi declarado pela UNESCO como “prioritário para a cultura”.
A “idade da Ira”…
É a obra mais importante e está nesta Capela do Homem. É a que concentra todas as ideias e imagens que lhe provocaram as guerras, torturas e ditaduras – principalmente do século XX, que foi o que viveu.
É um artista cheio de sensibilidade, ideologia e atitude política. E isso nota-se completamente nas suas pinturas.
Não era religioso, não acreditava em Deus, mas tinha a casa cheia de figuras religiosas. Porquê?
Foi a primeira pergunta que fiz, à qual a guia me explicou que ele apenas via essas figuras como arte. O olhar das figuras, a forma como estavam pintadas e trabalhadas inspiravam-no para continuar a criar as suas obras.
Ele gostava de pintar formando colecções. Além disso são enúmeros os puzzles, pequenos quadros e bocetos que fez. Além disso, era um grande fã de música, fez escultura, escreveu poesia e viajou muito.
100% recomendável numa visita a Quito. Hoje senti-me muito inspirada à saída deste espaço.
