Aqui todos os meninos se riam quando vinham da escola. Mas riam-se de uma maneira que eu nunca vi na Europa, como se o sorriso tivesse mais alegria.
Depois de alguns dias em DF e em Tepoztlán aterrei em Tutxla Gutiérrez – na província de Chiapas, onde um senhor, muito gentilmente, me levou numa carrinha até Zinacantán, que fica mais ou menos a uma hora do aeroporto. A paisagem era banhada de um verde intenso e o calor era abafador.
Entre campos de milho cheguei a esta aldeia e senti uma temperatura completamente diferente da que senti em Tutxla, no aeroporto. É normal, uma vez que esta aldeia está a 2.558 metros de altura!
Aqui a maior parte da população fala tzotzil, um idioma que perdura da cultura maya. Costumam ser tão baixinhos que deve ser o único sítio do mundo onde me sinto alta!
Foi uma visita curta. Na despedida assistimos ao momento da chegada das crianças da escola, e isso sim, é o que recordo com mais amor desta aldeia. Aqueles sorrisos!
Fui convidada a entrar em casa de uma família indígena. Pude apreciar o infinito trabalho artesanal destas mulheres tecelãs que elaboram todo o tipo de peças têxteis como a própria roupa, tapetes, toalhas, cobertores, fronhas, etc. É tudo tão colorido que quase me perdi ali no meio. Quanto ao traje típico (que experimentei) era verdadeiramente duro, muito resistente, devido ás fibras de algodão que estas senhoras usam.
Além disto também me deram a provar umas tortillas de milho (recém feitas ao lume) e para finalizar em cheio, convidaram-me a provar o pox (lê-se “posh), uma aguardente típica da cultura maya, que ajuda a combater as temperaturas baixas e que, segundo eles, “ajuda a aquecer o coração”.