Aconteceu várias vezes durante a minha viagem à Ásia. Chegar a certos destinos e pensar que ía encontrar outra coisa… mais bonita, com menos turistas, mais autêntica… Quantas vezes? E por que ninguém mostra isso? Porque estamos tão habituados às fotos bonitas e à realidade parcialmente inventada? Por que não queremos admitir que encontrámos sítios que nos disseram que eram lindos e muito recomendáveis, mas afinal eram horríveis? Durante a minha viagem cheguei até a pensar se as pessoas que escreveram sobre certos destinos tinham estado alguma vez ali.
“Nos blogues era uma maravilha, mas cheguei e era um fiasco”
Porque não dizemos essas coisas?
Há certos sítios que não quero visitar por saber que isso acontece claramente. Um exemplo são as ilhas tailandesas mais conhecidas como Maya Bay, Phi Phi… Dispenso sítios turísticos, cheios de gente e de coisas desinteressantes para fazer.
Começemos por Kuta, Lombok…
E sim, vou-vos contar alguns exemplos onde isto aconteceu: Começemos por Kuta, Lombok– que isso sim, sentimos que foi fiasco, completamente. Se quiserem ver ou recordar a má experiência, podem lê-la por completo aqui.
Cheguei a Kuta Lombok cheia de expectativas, depois de ouvir tantas histórias de paraíso intocado nos blogues de viagens e de alguns instagrammers. Ficámos dois dias por ali para explorar a zona e procurar a magia que tinha ouvido falar tanto. Kuta Cidade é um sítio cheio de pó, sujo, com não muito mais que alguns warungs, cães, vacas, mesquitas e crianças descalças a vender pulseiras incessantemente. Isso sim, com os pais a vigiá-las em cima das motos (mas, obviamente disfarçando o facto de que não são os seus pais), para despois as levarem a outros restaurantes e assim constantemente (até considerarem que fizeram um bom negócio com as suas filhas).
(Para os que pensam que tanta sujeira se devia ao terremoto do passado mês de Agosto, desenganem-se, porque os estragos não chegaram ao sul da ilha, que é onde fica Kuta). As estradas a oeste de Kuta proporcionam excelentes vistas ao mar azul, uma porção esparsa de palmeiras, mas a terra nas colinas é árida e estéril, o que apresenta pouco interesse e muita poeira para quem se desloca de mota. Podem continuar a ler o post aqui.
Templo de Ulun Danu, em Bali
Eu pensava que ficava mesmo no meio do lago! Essa foi a primeira impressão, mas não, tem acesso por terra! Se vocês pesquisarem brevemente por este templo vão ver que as fotos dão a entender o que eu digo. Confesso que estava à espera de encontrar o templo isolado, no meio do lago (até por vezes me perguntava se era mesmo este o templo que tinha visto na internet). É aquela teoria de procurar pelo melhor ângulo da fotografia, mas não mostrar o que se passa à volta dela. De qualquer forma, isto não desmerece DE TODO a beleza do templo que é de facto, muito bonito!
Não quero dizer com isto que este templo não valha a pena ver, nem nada parecido. Gostei muito do templo, gostei do sítio, estava feliz por estar em Bali. E recomendo que o visitem! Mas nem sempre temos os sítios só para nós, ou nem sempre são como vimos naquela foto no Instagram ou Facebook. Nada como ir experimentar e ver com os próprios olhos, não é?
Penang National Park, na Malásia
Este é daqueles que me supreendeu também, sobretudo pela lixeira que havia nas praias e a água do mar bastante poluída. Afinal de contas é um Parque Nacional… Estava à espera de ver o sítio mais bem cuidado. Uma das visitas turísticas mais conhecidas e feita pelos turistas naquele parque é a praia dos macacos “Monkey Beach”, mas nós não fomos porque não nos apetecia, com tudo o que tinhamos visto até ali… Ficamos a dormir naquela zona que surpreendentemente “era um destino recomendado” na internet!
Resultado da visita áquela zona: Não havia nada para ver ou fazer ali. Os restaurantes estavam todos fechados e não havia um ambiente agradável, como estavamos à espera. Acabamos por ir embora uma noite antes da que prevíamos e voltar para GeorgeTown (essa sim, vale a pena ver!).
Mas em jeito de conclusão: o que não compreendo até o dia de hoje é o que é que Kuta Lombok tem de especial, essa é a verdade.
De qualquer forma, o objectivo deste artigo é de alertar para o facto de que nem sempre tudo aquilo que lemos e vemos nas fotos é verdade. Devemos procurar muito, investigar, e nunca deixar de lado a nossa intuição, porque pode falhar (para ambos os lados, como digo). Ah, este artigo – como é óbvio – reflecte apenas a minha opinião sobre os sítios que visitei e vivi. A vossa experiência pode ser muito melhor (ou pior), nunca se sabe. O melhor mesmo é vermos nós mesmos, correcto? 🙂