Quando eu viajo, é de mochila às costas. É como me identifico, é como mais gosto de o fazer… até porque quando assim é, quer dizer que vai durar uns bons meses e não apenas um par de semanas. É um bom presságio.
Quando eu viajo de mochila às costas é quando sou verdadeiramente livre… e minimalista!
No verdadeiro sentido da palavra: vivo com o básico, repito peças de roupa porque na realidade não preciso de mais… o que é muito libertador, tenho a dizer. Se ainda não experimentaste, convido-te a fazê-lo pela liberdade brutal associada. Vê aqui o que levei na minha mochila para a Ásia (viagem de 3 meses).
Materialismo – ocupação mental e de tempo / não convida à clareza e paz de espírito / prejudica definição de prioridades / prejudica criatividade e explorar novas competências
Minimalismo – liberdade / pensamento livre / viver com o essencial / máxima clareza mental e espaço para pensar e definir objetivos / poucas preocupações / viver a sentir e não a ter / não possuir.
Minimalismo como forma de vida.
Desde a primeira grande viagem que fiz (à Ásia) que confirmei que este era um modo de viver muito inteligente e que me trazia muitos benefícios a nível psicológico, emocional! Na segunda grande viagem de 4 meses (à América Latina), isso confirmou-se.
Naturalmente sou uma pessoa que gosta de agarrar a sua liberdade “pelos cornos”. Aliás, por vezes tenho mesmo medo de ameaçá-la com as minhas decisões. Não acho que nascemos com um destino marcado. Acho que nascemos e vamos tomando decisões que vão criando o nosso destino. É no que acredito: somos todos livres e capazes de criar a vida que queremos. Podemos é não estar disponíveis para abdicar de certas coisas para arriscar a ter a vida que queremos.
O minimalismo ajuda-me na busca pela liberdade, pelo conhecimento, pelo movimento, ajuda-me a ter clareza e disponibilidade mental. Ajuda-me a ver o essencial na minha vida, a dar valor ao que tenho e ao que não quero ter.
No fundo, sou bem mais feliz.
Não preciso de mais nada quando ando por aí do que um par de calças ou calções e um par de tops ou bikinis. Não preciso, mesmo. Embora passado 4 meses me canse, às vezes, de certas peças. Mas isso, definitivamente, não é um problema.
Quando regresso dessas viagens e olho para o meu armário, penso sempre: para que é que eu quero isto tudo?
Desde essa primeira viagem à Ásia já devo ter feito três reduções de armário. Mas também confesso, sou uma reutilizadora empedernida e gosto muito de vários tipos de peças de roupa, o que me faz aceitar, na maior parte dos casos, roupa usada que me oferecem. Se calhar, 40% da roupa que tinha, era reutilizada. Ao longo dos anos aceitei roupa usada, mas na realidade nem usei metade. Ou seja, o tempo investido a experimentar e o espaço que ela ocupou durante vários anos… que sentido tinha? Nenhum.
Vê “10 dicas para ser saudável em viagem… e poupar dinheiro!”
Quais são as tuas peças básicas?
Também me acontece que quando faço a mala para a próxima viagem, muitas das peças que levei na viagem anterior, repetem-se, porque são essenciais! É um dos truques que uso para me pôr à prova e pensar mesmo quais são as que preciso a sério.
Cada vez mais me incomoda pensar nos objetos/coisas materiais que eventualmente deixarei no mundo devido à minha existência.
Penso nisso e realmente deixa-me inquieta, porque não quero deixar que outras pessoas se encarreguem e carreguem coisas minhas, no futuro, além do peso emocional que isso poderá eventualmente vir a ter.
Mas o minimalismo não é só paredes brancas, móveis cor de mel e pouca roupa no armário. O minimalismo é uma forma de ver as coisas, é uma forma de auto-descoberta brutal que me enche todos os dias. Fez-me chegar à conclusão de que não me interessa “possuir”.
Nunca fui de comprar muita roupa, mas há dez anos a que comprava, era mesmo sem pensar. Hoje só compro o que preciso mesmo. Y lo tengo más claro que el agua: quero gastar o meu dinheiro em viagens, formação, conhecimento!